Paulo Whitaker/Reuters – 24.6.2019
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, despencava mais de 2% na tarde desta terça-feira (25) após o início do julgamento na 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) que pode libertar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A movimentação fez a Bolsa de São Paulo recuar abaixo dos 100 mil pontos após renovar o maior patamar de fechamento pelos últimos três pregões.
A mínima do dia foi marcada às 15h30, quando o Ibovespa marcou 99.890,22 pontos, com queda de 2,17% em relação à abertura. Ontem (24), o índice registrou alta de 0,05%, aos 102.062,33 pontos, o maior patamar de fechamento da história.
A assessora financeira e sócia-diretora da FB Wealth, Daniela Casabona, classifica o início do julgamento no STF como a principal motivação para a queda acentuada da Bolsa na última hora.
“[A liberdade de Lula] É uma força que a oposição ganha e também ‘dá um pano na manga’ para os vazamentos envolvendo o [ministro da Justiça, Sérgio] Moro”, explica Daniela, que vê na possibilidade um enfraquecimento do governo ligado às reformas fiscais idealizadas pelo mercado financeiro.
Para Daniela, no entanto, o ambiente de negócios já está negativo desde o início do dia devido a notícias sobre reforma da Previdência, ata do Copom e o cenário externo. “O Fed [Banco Central dos Estados Unidos] falou que não ia cortar a taxa de juros e mercado já estava com uma expectativa contrária”, afirma ela.
Às 16h10, o Ibovespa já recuperava os 100 mil pontos, com queda de 1,93% e aos 100.124,68 pontos. “O que vai acontecer agora é o desenrolar das notícias, tanto do Lula, quanto da reforma, para saber se a Bolsa vai continuar em queda [nos próximos dias]”, avalia a assessora financeira, que descarta uma reversão ainda neste pregão.
Source: R7